Por detrás das Marcas
SICA – Sociedade Industrial e Comercial de Azeites

É em Estremoz e em Serpa que podemos encontrar as instalações de produção e embalamento da SICA – Sociedade Industrial e Comercial de Azeites, fundada em 1942.
A SICA é responsável pela produção do Azeite comercializado pela empresa Est. Manuel Silva Torrado & CA (Irmãos), S.A., uma empresa centenária de referência no sector oleícola nacional que comercializa três conhecidas marcas de Azeite: Saloio, Santa Maria e Triunfo.
Azeite do Alentejo: Qual a história por detrás da marca SICA?
SICA: A empresa SICA foi fundada no ano de 1942, dedicando-se desde então à produção, refinação e embalamento de Azeites. Implementou as suas primeiras instalações em pleno centro de Estremoz, tendo se mudado para a Zona Industrial dos Arcos (arredores de Estremoz) no ano de 1999.
Desde que começou a laborar nas novas instalações, a empresa deixou cair o processo de refinação e concentrou-se na produção de azeite virgem extra. Mais recentemente, em 2015, por razões estratégicas, o grupo adquiriu um novo Lagar de produção na vila de Serpa (Baixo Alentejo), estando assim mais próximos de alguns dos maiores olivais do país. Estando presente nesta região a empresa consegue ter acesso a um volume superior de azeitona, e principalmente a novas variedades de azeitona que nos permitem desenvolver novos e melhores Azeites.
A nível comercial a SICA comercializa as marcas SALOIO, SANTA MARIA e TRIUNFO, sendo a marca SALOIO aquela com maior notoriedade no mercado global. É uma marca com mais de 140 anos de história, que nasce da representação de um povo proveniente de zonas rurais, que levava até Lisboa os seus melhores produtos agrícolas.
Az.A: Quais os seus principais objectivos?
SICA: A nível produtivo os objectivos da empresa passam continuamente pelo compromisso de produzir a maior percentagem de azeite virgem extra possível (atualmente 85% da produção), de superar a campanha anterior a nível de quantidade e acima de tudo qualidade. É neste ponto, qualidade, que está o maior desafio, pois todos os anos aperfeiçoamos o nosso processo de recepção/limpeza de azeitona, bem como o processo de elaboração de azeite, de forma a produzirmos cada vez mais azeites frutados, harmoniosos e complexos.
Comercialmente, o nosso foco é a consolidação nos mercados onde já temos bastante notoriedade (EUA, Canadá, Austrália, Brasil..), mas também penetrar em novos mercados, considerados menos tradicionais, tentando também difundir a cultura do consumo de azeite como a opção mais saudável. No panorama nacional é também crescente a responsabilidade de fortalecer a nossa presença.
Az.A: Qual o balanço da campanha oleícola 2019/2020 e expectativas para a próxima?
SICA: A campanha 2019/2020 revelou-se uma campanha bastante positiva onde identificámos um aumento de cerca de 20% do volume de produção relativamente à campanha anterior. Mantivemos a percentagem de produção de azeite virgem extra na casa dos 85%, e conseguimos obter, principalmente no início da campanha, azeites com um nível de frutado intenso e altamente complexos.
Saliento também, a elevada diversidade de variedades de azeitona recebida nos nossos lagares, proporcionando uma grande versatilidade nos azeites produzidos.
Az. A: Considerando a situação actual, quais entende que serão os principais desafios para o sector oleícola causados pelo COVID19? E para a SICA em particular?
SICA: No decorrer desta crise, identificámos de uma forma ainda mais clara, os já conhecidos dois segmentos de mercado distintos: mercado tradicional, normalmente conectados a países produtores e mercados não tradicionais, que estavam cada vez mais receptivos ao consumo de azeite. Contudo, devido a esta crise sanitária, muitos destes mercados/consumidores com menos tradição no consumo de azeite, descartaram o nosso produto das suas compras essenciais e prioritárias, algo que felizmente não acontece em Portugal e outros países produtores. Este parece-me um dos grandes desafios para o sector e para a nossa empresa, onde o trabalho de introdução do azeite como a gordura mais saudável, tem de continuar.
Acreditamos também que o comportamento do consumidor em geral vai sofrer alterações, optando por soluções de compra progressivamente mais digitais e privilegiando cada vez mais uma dieta saudável e sustentável, sendo que neste ponto o sector pode e deve antecipar-se.
Outro desafio a curto-prazo, é a estabilização de preços, sendo imperativo que esta crise não provoque um decréscimo do já indigno preço/kg de azeite.
Az.A: Que mensagem deixam aos consumidores?
SICA: Neste momento delicado, em primeiro lugar, queremos deixar uma mensagem de força, saúde e esperança para todos. Em especial uma palavra de agradecimento aos profissionais de saúde, que enfrentam diariamente esta batalha.
Aos consumidores, deixamos uma mensagem de incentivo à adopção de uma alimentação saudável, focando-se numa dieta equilibrada e variada, onde o azeite tenha destaque como a gordura utilizada. Sugerimos também a preferência pela aquisição de produtos locais/regionais/nacionais.
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