Por detrás das Marcas
Azeite Amor é Cego

Da vontade de João Miguel Rego Rosado e da sua família nasce, em 2015, um Azeite monovarietal de Galega proveniente de um pequeno olival de sequeiro com 67 anos de idade, plantado pelo avô de João e ladeado por oliveiras milenares.
É no Monte da Oliveira Velha, na Azaruja (entre Évora e Estremoz) que se produzem as azeitonas que dão origem ao Azeite Amor é Cego.
Azeite do Alentejo: Qual a história por detrás da marca Amor é Cego?
João Rosado: Quando iniciámos o projecto Amor é Cego queríamos, acima de tudo, garantir a sobrevivência do olival plantado pelo meu avô e poder passar esse património às próximas gerações da família. Na altura, a ideia de criar uma marca para vender azeite proveniente de 5 ha de olival de variedade Galega, não fez sentido para ninguém, excepto para nós.
Convidámos a designer Rita Rivotti para nos ajudar na concepção da marca e ela captou na perfeição a essência das nossas ideias.
E foi ao dar-se conta dessa nossa teimosia na preservação do olival, que sugeriu o nome Amor é Cego, que reflecte a forma mais sentimental e menos racional de como tudo começou.
Az.A: Quais os principais objectivos da marca?
JR: Nós somos um projecto de marca, com uma individualidade e identidade próprias. Todos os anos temos como missão produzir um azeite com a melhor qualidade possível, que expresse todas as características do nosso olival tradicional de sequeiro, que conduzimos em modo de produção biológico.
Az.A: Qual o balanço da campanha oleícola 2019/2020 e expectativas para a próxima?
JR: A nível geral, foi um ano fantástico em Portugal, no que à produção diz respeito. Penso que com a entrada em produção de novos olivais, os números deste ano, no futuro, serão novamente atingidos e ultrapassados.
No nosso caso, atendendo à escala, estamos satisfeitos com os 670 litros que obtivemos. Ainda é cedo para perspectivar a próxima campanha, mas seguramente a água que neste momento o solo já tem, faz-nos pensar que, se tudo correr bem, esse problema será minimizado.
Az.A: Considerando a situação actual, quais entende que serão os principais desafios para o sector oleícola causados pelo COVID19? E para a marca Amor é Cego em particular?
JR: Creio que em muitas situações, o desafio será mesmo sobreviver a uma situação que ninguém podia imaginar há três meses atrás.
Numa altura em que o consumo de azeite tende a diminuir, penso que seria muito importante haver campanhas, a nível nacional e internacional, que promovessem o consumo de azeite enquanto produto base da dieta mediterrânica, com múltiplos benefícios para a nossa saúde. No geral, as pessoas sabem pouco sobre azeite, sobre as suas qualidades. O número de consumidores tenderia a aumentar e isso ajudava o sector.
No nosso caso em particular, a situação não é fácil, pois a base dos nossos clientes em Portugal são os restaurantes e as lojas especializadas, que neste momento estão fechadas. Ainda assim, conseguimos manter clientes particulares em Portugal e começámos a exportar para os EUA.
Neste momento, o desafio passa por tentar abrir mais canais no estrangeiro, dando a conhecer o Amor é Cego a potenciais clientes.
Az.A: Que mensagem deixa aos consumidores?
JR: Tem que ser uma mensagem de esperança, de que a situação que atualmente vivemos será ultrapassada e que, nunca como hoje, foi tão importante ajudar a economia nacional consumindo produtos portugueses.
Visite: https://azeiteamorecego.pt/pt/






