Por detrás das Marcas

Cortes de Cima

A Herdade Cortes de Cima situa-se nas encostas da Serra do Mendro, no concelho da Vidigueira.
Da vontade de produzir vinho nasce uma Herdade que hoje conta com 180 hectares de vinha, 50 hectares de olival e 100 hectares de reflorestação de azinheiras, sobreiros e pinheiros.
Deste local, em pleno Alentejo, e dos seus 50 hectares de olival chega até nós o Azeite Cortes de Cima.

Azeite do Alentejo: Qual a história por detrás da marca Cortes de Cima?
Cortes de Cima: Em 1988, um casal americano-dinamarquês partiu num veleiro para encontrar um ligar onde construir família e plantar uma vinha. Hans e Carrie atracaram em Portugal e, no coração do Alentejo, descobriram “Cortes de Cima”. Era apenas terra improdutiva e algumas construções abandonadas, mas lembrava Carrie da sua terra natal: a Califórnia. Hans, que nascera na Dinamarca, ficou simplesmente encantado pelo sol mediterrânico. Começaram a trabalhar o campo, e Hans, um engenheiro, construiu uma barragem. Enquanto a vinha crescia, plantaram girassóis, tomates e melões para pagar as contas. As crianças nasceram – Thomas em 1991 e Anna em 1993. Por fim, as primeiras uvas chegaram. Em 1998, nascia um Syrah impar no Alentejo: escuro, com um equilíbrio fantástico e um final sumptuoso. Mas este vinho guardava um segredo. As regras de denominação de origem não permitiam rotular o seu vinho de Syrah. E, assim, eles chamaram-lhe “Incógnito” e apresentaram-se ao mundo. “Incógnito” e Cortes de Cima tornaram-se um sucesso. Um Syrah do Alentejo não voltaria a ser considerado “ilegal”!
Quando nos mudámos para as Cortes de Cima, em 1988, e começámos a plantar a nossa vinha, reservamos 50 hectares para o olival, projectando a produção de azeite na propriedade.
A variedade escolhida foi a Cobrançosa, de origem portuguesa e de notável adaptação às condições da região alentejana.

Az.A: Quais os seus principais objectivos?
CC: Desde o inicio do projecto que a policultura sempre fez parte dos nossos objectivos, com o intuito de promover a biodiversidade e o respeito pela natureza. Tal como acontece com os nossos vinhos, pretendemos produzir um azeite que reflicta o terroir em que é produzido. Com um clima mediterrânico único, a Vidigueira apresenta características excepcionais para a produção de um azeite fresco e elegante que surge como um prolongamento natural da nossa gama de vinhos. O azeite e o vinho são mais do que alimentos, fazem parte da cultura do Alentejo.

Az.A: Qual o balanço da campanha oleícola 2019/2020 e expectativas para a próxima?
CC: A campanha oleícola 2019/2020 foi bastante precoce, colhemos as nossas azeitonas em Outubro de 2019 com o intuito de exacerbar as características vegetais e de frescura da variedade Cobrançosa. Consideramos que cumprimos o nosso objectivo de produzir um azeite frutado com notas de erva fresca, estando muito satisfeitos com o resultado final. A nossa expectativa é continuar o nosso trabalho de cuidado com o nosso olival, a pluviosidade a que temos assistido no baixo Alentejo apresenta-se como muito positiva para as necessidades hídricas dos solos. No final a nossa maior expectativa é continuar a satisfazer um consumidor mais exigente no que ao azeite diz respeito.

Az.A: Considerando a situação actual, quais entende que serão os principais desafios para o sector oleícola causados pelo COVID19? E para a marca Cortes de Cima em particular?
CC: O principal desafio para o sector e para todos nós será a fase de retoma económica, quando o campo nos oferece as condições ideais a nossa expectativa é conseguir colocar no mercado o nosso azeite. Com toda esta situação as vendas sofreram no geral um grande abrandamento. A melhor forma de combater e reverter esta situação será apostar cada vez na valorização e promoção dos nossos produtos junto dos diferentes consumidores.

Az.A: Que mensagem deixa aos consumidores?
CC: A mensagem que queremos deixar aos nossos consumidores é de força e esperança no futuro, cuidemo-nos agora mais do que nunca, adoptemos uma alimentação saudável de base mediterrânica. Vamos valorizar os produtos deste nosso Portugal, com a certeza de que se actuarmos de forma concertada em todos os sectores e vamos ultrapassar todos os desafios rapidamente.

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